O impacto dos riscos geológicos nas nossas vidas e na economia é enorme e nunca deixará de existir. Inundações, maremotos, tempestades, secas, incêndios, erupções vulcânicas, sismos, deslizamentos de terras, são responsáveis todos os anos, pela perda de milhares de vidas, originando idêntico número de feridos e destruindo lares e meios de subsistência. As infraestruturas danificadas e os prémios dos seguros fazem aumentar os prejuízos. Os países desenvolvidos são afetados, fundamentalmente, a nível financeiro. o impacto humano - feridos e perdas de vidas - concentra-se nos países em desenvolvimento. À medida que a população mundial aumenta, verifica-se cada vez mais a concentração de população em áreas de elevada perigosidade e, como tal, os impactes dos desastres naturais aumentam.
Os cientistas precisam de fazer uma abordagem multidisciplinar e interagir com os governos e outras entidades de forma a ajudá-los a definir políticas e a traçar planos que aumentem a consciencialização pública, minimizando assim os riscos e reduzindo a vulnerabilidade das pessoas.
No que diz respeito aos maremotos, sabe-se que as margens continentais apresentam riscos para a Humanidade. O colapso de vertentes carregadas de sedimentos pode dar origem a maremotos que ameaçam longínquas e vastas comunidades costeiras. Por seu lado, onde quer que o maremotos tenha tido origem, a forma como se manifesta quando atinge uma margem continental é muito influenciada pelas formas locais de relevo da margem e plataformas continentais, determinando a existência, ou não, de uma invasão catastrófica do litoral. É, no entanto, menos claro, o possível efeito destabilizante do aumento gradual do nível do mar despoletado pelo aquecimento global.
Os perigos colocados por maremotos são um problema particular em todas as áreas marginais e, para que sejam minimizados, é necessário o conhecimento de corpos sedimentares potencialmente instáveis e a existência de levantamentos batimétricos e topográficos de detalhe de regiões consideradas críticas. Simulações quantitativas da propagação e galgamento dos tsunamis são, igualmente, importantes meios de predizer onde podem estes fenómenos causar o máximo de estragos. É provavel que a subida do nível do mar e consequente inundação das zonas costeiras, motivadas pelas alterações climáticas, venham a provocar migrações humanas nestas regiões durante as próximas décadas. A escolha bem fundamentada para a instalação de novas povoações e cidades junto à costa necessitará de infromação básica sobre riscos de maremotos.
A Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da UNESCO e os seus parceiros coordenam os programas de investigação e de observação dos oceanos (no âmbito do Sistema Mundial de Observação dos Oceanos) e vigiam permanentemente o estado dos oceanos para melhorar as previsões meteorológicas, reduzir as incertezas sobre as alterações climáticas, melhorar a gestão dos ecossistemas e dos recursos marinhos e fornecer alertas rápidos em caso de maremotos e outras catástrofes ligadas ao Oceano.
A COI lidera a iniciativa de criação de um Sistema Mundial de Alerta para os maremotos e trabalha, igualmente, no sentido de melhorar os planos nacionais de desenvolvimento e de gestão dos mares e das zonas costeiras.